Jornal da PUC-SP

O Cineclube Arlindo Machado da PUC-SP realiza sessão especial dedicada ao cinema de terror brasileiro com a exibição de "O Animal Cordial" (2017), de Gabriela Amaral Almeida, seguida de debate com as pesquisadoras Stephanie Dennison, atualmente no Brasil como Senior Fellow do MECILA/CEBRAP, e Laura Loguercio Cánepa. As duas são autoras do recém-lançado livro "Brazilian Horror Cinema in the Twenty-First Century: Neo-Fascism, Disaffection, Resistance" (Boydell and Brewer, 2025), que analisa "O Animal Cordial" entre outras produções fundamentais do terror brasileiro contemporâneo. 

FILME

O Animal Cordial acompanha uma noite em um restaurante de classe média em São Paulo que se transforma em um pesadelo quando assaltantes invadem o estabelecimento. O que começa como um assalto comum se desdobra em uma alegoria brutal sobre desigualdade social, violência e as relações de poder na sociedade brasileira

Dirigido por Gabriela Amaral Almeida, o filme se destaca por sua atmosfera claustrofóbica e pela utilização de elementos do slasher movie e do giallo italiano para criar uma narrativa que é, ao mesmo tempo, terror psicológico e crítica social contundente. Com atuações marcantes de Murilo Benício, Luciana Paes e Irandhir Santos, o longa foi aclamado pela crítica nacional e internacional, sendo selecionado para o Fantasia International Film Festival e recebendo prêmios no Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre. 

LIVRO

Brazilian Horror Cinema in the Twenty-First Century: Neo-Fascism, Disaffection, Resistance (Woodbridge: Boydell and Brewer, 2025) reúne ensaios de pesquisadores do Brasil, Reino Unido e Estados Unidos, analisando uma seleção abrangente de produções audiovisuais brasileiras de terror entre 2008 e 2022. "O Animal Cordial" é um dos filmes centrais desta análise. O livro examina como estas obras utilizam elementos do cinema de horror para refletir sobre as questões sociopolíticas urgentes do Brasil contemporâneo, desde violência urbana e desigualdade de classe até questões ambientais e a ascensão do autoritarismo. 

DEBATE

Stephanie Dennison é Professora de Estudos Brasileiros e Diretora do Centre for World Cinema and Digital Cultures na Universidade de Leeds, Reino Unido. Atualmente está no Brasil como Senior Fellow do MECILA/CEBRAP, desenvolvendo pesquisas sobre questões lusófonas e decoloniais. Especialista em cinema brasileiro e latino-americano, Dennison foi presidente da ABIL (Associação de Lusitanistas da Grã-Bretanha e Irlanda) entre 2018-2021 e é membro fundadora da REBRAC, rede europeia de brasilianistas em estudos culturais. Seu mais recente livro, "Remapping Brazilian Film Culture in the 21st Century" (Routledge, 2020), consolidou sua posição como uma das principais vozes internacionais sobre cinema brasileiro contemporâneo.

Laura Cánepa é Professora de Estudos da Comunicação na Universidade Paulista (UNIP), São Paulo. Reconhecida como uma das maiores especialistas em cinema de terror brasileiro, Cánepa tem pesquisa sobre Stephen King e é referência nos estudos sobre horror do cinema no país. Sua trajetória acadêmica inclui publicações sobre a relação entre gênero cinematográfico, cultura popular e crítica social no contexto brasileiro.

SERVIÇO:

Local: Auditório TUCA - Paulo Freire

Data: 17 de novembro de 2025 (segunda-feira)

Horário: 19h00 

Programação:

19h00 - Exibição de "O Animal Cordial" (96 min)

20h45 - Debate com Stephanie Dennison e Laura Loguercio Cánepa e apresentação do livro "Brazilian Horror Cinema in the Twenty-First Century" 

Entrada gratuita

WebSite: https://www.pucsp.br/cineclube-arlindo-machado 

FICHA TÉCNICA DO FILME "O ANIMAL CORDIAL'

Ficha Técnica - O Animal Cordial

Classificação indicativa: 18 anos 

Direção: Gabriela Amaral Almeida

Roteiro: Gabriela Amaral Almeida e Luana Demange

Elenco: Murilo Benício, Luciana Paes, Irandhir Santos, Camila Morgado, Humberto Carrão, Ariclenes Barroso, Ernani Moraes, Jiddu Pinheiro

Ano: 2017

Duração: 96 minutos

País: Brasil

Sinopse: Um restaurante de classe média em São Paulo é invadido por assaltantes no fim do expediente. O dono do estabelecimento, o cozinheiro, uma garçonete e três clientes são mantidos reféns. Entre a cruz e a espada, Inácio – o proprietário aparentemente cordial – precisa agir para defender seu negócio. À medida que a noite avança, segredos são revelados e a violência latente nas relações sociais brasileiras explode de forma brutal e irreversível.

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